quinta-feira, 29 de março de 2012


ALFAIAS
É o nome que se dá ao conjunto dos objetos litúrgicos usados nas celebrações. "Com especial zelo a Igreja cuidou que as sagradas alfaias servissem digna e belamente ao decoro do culto, admitindo aquelas mudanças ou na matéria, ou na forma, ou na ornamentação que o progresso da técnica da arte trouxe no decorrer dos tempos" (SC 122c). Portanto, templo, altar, sacrário, imagens, livros litúrgicos, vestes e paramentos, e todos os objetos devem manifestar a dignidade do culto, que, como expressão viva de fé, identifica-se com a natureza de Deus, a quem o povo, congregado pelo Filho e na luz do Espírito Santo, adora "em espírito e verdade".

LIVROS LITÚRGICOS
MISSAL - Livro usado pelo sacerdote na celebração eucarística.
LECIONÁRIO - Livro que contém as leituras para a celebração. São três:
I - Lecionário dominical - Contém as leituras dos domingos e de algumas solenidades e festas.
II - Lecionário semanal - Contém as leituras dos dias de semana. A primeira leitura e o salmo responsorial estão classificados por ano par e ímpar. O evangelho é sempre o mesmo para os dois anos.

III - Lecionário santoral - Contém as leituras para as celebrações dos santos. Nele também constam as leituras para uso na administração de sacramentos e para diversas circunstâncias.
EVANGELIÁRIO - É o livro que contém o texto do evangelho para as celebrações dominicais e para as grandes solenidades.

ESPAÇO CELEBRATIVO
ALTAR - Mesa fixa, podendo também ser móvel, destinada à celebração eucarística. É o espaço mais importante da Igreja. Lugar onde se renova o sacrifício redentor de Cristo.
AMBÃO - Chama-se também Mesa da Palavra. É a estante de onde se proclama a palavra de Deus. Não deve ser confundida com a estante do comentador e do animador do canto. Esta não deve ter o mesmo destaque do ambão.
CREDÊNCIA - Pequena mesa onde se colocam os objetos litúrgicos, que serão utilizados na celebração. Geralmente, fica próxima do altar.
PRESBITÉRIO - espaço ao redor do altar, geralmente um pouco mais elevado, onde se realizam os principais ritos sagrados.
NAVE DA IGREJA - Espaço do templo reservado aos fiéis

SACRÁRIO - Chama-se também Tabernáculo. É uma pequena urna onde são guardadas as partículas consagradas e o Santíssimo Sacramento. Recomenda-se que fique num lugar apropriado, com dignidade, geralmente numa capela lateral.
PÚLPITO - Lugar nas igrejas antigas de onde o presidente fazia a pregação. Hoje, praticamente não é mais usado.
BATISTÉRIOlugar reservado para a celebração do batismo. Em substituição ao verdadeiro batistério, usa-se a pia batismal.
SACRISTIAsala anexa à igreja onde se guardam as vestes dos ministros e os objetos destinados às celebrações; é também o lugar onde os ministros se paramentam.


OBJETOS LITÚRGICOS
CORPORAL - Tecido em forma quadrangular sobre o qual se coloca o cálice com o vinho e a patena com o pão.
MANUSTÉRGIO - Toalha com que o sacerdote enxuga as mãos no rito do Lavabo. Em tamanho menor, é usada pelos ministros da Eucaristia, para enxugarem os dedos.
PALA - Cartão quadrado, revestido de pano, para cobrir a patena e o cálice.

SANGUINHO - Chamado também purificatório. É um tecido retangular, com o qual o sacerdote, depois da comunhão, seca o cálice e, se for preciso, a boca e os dedos.
VÉU DE ÂMBULA - Pequeno tecido, branco, que cobre a âmbula, quando esta contém partículas consagradas. É recomendado o seu uso, dado o seu forte simbolismo. O véu vela (esconde) algo precioso, ao mesmo tempo que revela (mostra) possuir e trazer tal tesouro
ÂMBULA, CIBÓRIO OU PÍXIDE - É um recipiente para a conservação e distribuição das hóstias aos fiéis.
CÁLICE - Recipiente onde se consagra o vinho durante a missa.
CALDEIRINHA - pequena vasilha, onde se coloca água benta para a aspersão.
ASPERSÓRIO - é um pequeno instrumento com o qual se joga água benta sobre o povo ou sobre objetos.
CASTIÇAL - Utensílio que se usa para suporte de uma vela.
CANDELABRO - Grande castiçal, com várias ramificações, a cada uma das quais corresponde um foco de luz.
PATENA - Pequeno prato, geralmente de metal, para conter a hóstia durante a celebração da missa.
BACIA E JARRA - Em tamanho pequeno, contendo a jarra a água, para o rito do "Lavabo", na preparação e apresentações dos dons.

CÍRIO PASCAL - Vela grande, que é benzida solenemente na Vigília Pascal do Sábado Santo e que permanece nas celebrações até o Domingo de Pentecostes. Acende-se também nas celebrações do Batismo.
CRUZ - Não a cruz processional, isto é, a que guia a procissão de entrada, mas também uma cruz menor, que pode ficar sobre o altar.
VELAS - As velas comuns, porém de bom gosto, que se colocam no altar, geralmente em número de duas, em dois castiçais.
OSTENSÓRIO - Objeto que serve para expor a hóstia consagrada, para adoração dos fiéis e para dar a bênção eucarística.
CUSTÓDIA - Parte central do Ostensório, onde se coloca a hóstia consagrada para exposição do Santíssimo. É parte fixa do Ostensório.
LUNETA - Peça circular do Ostensório, onde se coloca a hóstia consagrada, para a exposição do Santíssimo. É peça móvel.
GALHETAS - São dois recipientes para a colocação da água e do vinho, para a celebração da missa

HÓSTIA - Pão não fermentado (ázimo), usado na celebração eucarística. Aqui se entende a hóstia maior. É comum a forma circular.
PARTÍCULA - O mesmo que hóstia, porém em tamanho pequeno e destinada geralmente `à comunhão dos fiéis.
RESERVA EUCARÍSTICA - Nome que se dá às partículas consagradas, guardadas no sacrário e destinadas sobretudo aos doentes e à adoração dos fiéis, em visita ao Santíssimo. Devem ser consumidas na missa seguinte.
INCENSO - É uma resina aromática, extraída de várias plantas, usada sobre brasas, nas celebrações solenes (Ver também a referência do nº 66).
NAVETA - Pequeno vaso onde se transporta o incenso nas celebrações litúrgicas.
TECA - Pequeno estojo, geralmente de metal, onde se leva a Eucaristia para os doentes. Usa-se também, em tamanho maior, na celebração eucarística, para conter as partículas.

TURÍBULO - Vaso utilizado nas incensações durante a celebração. Nele se colocam brasas e o incenso.


OUTROS SÍMBOLOS
IHS - Iniciais das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que significam: Jesus Salvador dos homens. Empregam-se sempre em paramentos litúrgicos, em portas de sacrário e nas hóstias.
ALFA E ÔMEGA - Primeira e última letra do alfabeto grego. No Cristianismo aplicam-se a Cristo, princípio e fim de todas as coisas.
TRIÂNGULO - Com seus três ângulos iguais (equilátero), o triângulo simboliza a Santíssima Trindade. É um símbolo não muito conhecido pelo nosso povo.
INRI - São as iniciais das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudaerum, que querem dizer: Jesus Nazareno Rei dos Judeus, mandadas colocar por Pilatos na crucifixão de Jesus (Cf. Jo 19,19).
XP - Estas letras, do alfabeto grego, correspondem em português a C e R. Unidas, formam as iniciais da palavra CRISTÓS (Cristo). Esta significação simbólica é, porém, ignorada por muitos.

VESTES LITÚRGICAS (
São elas:
ALVA ou TÚNICA - veste longa, de cor branca ou neutra, comum aos ministros de qualquer grau.
AMITO - Pano que o ministro coloca ao redor do pescoço antes de outras vestes litúrgicas (pouco usado).
CASULA - Veste própria do sacerdote que preside a celebração. Espécie de manto que se veste sobre a alva e a estola. Acompanha a cor litúrgica do dia.
ESTOLA - Veste litúrgica dos ministros ordenados. O bispo e o presbítero a colocam sobre os ombros de modo que caia pela frente em forma de duas tiras, acompanhando o comprimento da alva ou túnica. Os diáconos também a usam, porém a tiracolo, sobre o ombro esquerdo, pendendo-a do lado direito.
CAPA PLUVIAL - Capa longa, que o sacerdote usa ao dar a bênção do Santíssimo ou ao conduzi-lo nas procissões. Usa-se também no rito de aspersão da assembléia.
CÍNGULO - Cordão com o qual se prende a alva ao redor da cintura.
VÉU UMERAL - Chama-se também véu de ombros. Manto retangular usado pelo sacerdote sobre os ombros, ao dar a bênção com o Santíssimo ou ao transportar o ostensório com o Santíssimo Sacramento.

DALMÁTICA - Veste própria do diácono. É colocada sobre a alva e a estola.

CORES LITÚRGICAS
Dizem respeito à toalha do altar e do ambão e às vestes litúrgicas. São elas:
O BRANCO - Simboliza a vitória, a paz, a alma pura, a alegria. Usa-se: na Quinta-feira Santa, na Vigília Pascal do Sábado Santo, em todo o Tempo Pascal, no Natal, no Tempo do Natal, nas festas dos santos (quando não mártires) e nas festas do Senhor (exceto as da Paixão), nas festas e memória da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, na festa de Todos os Santos, São João Batista, São João Evangelista, Cátedra de São Pedro e Conversão de São Paulo. É a cor predominante da ressurreição.

VESTES LITÚRGICAS (
São elas:
ALVA ou TÚNICA - veste longa, de cor branca ou neutra, comum aos ministros de qualquer grau.
AMITO - Pano que o ministro coloca ao redor do pescoço antes de outras vestes litúrgicas (pouco usado).
CASULA - Veste própria do sacerdote que preside a celebração. Espécie de manto que se veste sobre a alva e a estola. Acompanha a cor litúrgica do dia.
ESTOLA - Veste litúrgica dos ministros ordenados. O bispo e o presbítero a colocam sobre os ombros de modo que caia pela frente em forma de duas tiras, acompanhando o comprimento da alva ou túnica. Os diáconos também a usam, porém a tiracolo, sobre o ombro esquerdo, pendendo-a do lado direito.
CAPA PLUVIAL - Capa longa, que o sacerdote usa ao dar a bênção do Santíssimo ou ao conduzi-lo nas procissões. Usa-se também no rito de aspersão da assembléia.
CÍNGULO - Cordão com o qual se prende a alva ao redor da cintura.
VÉU UMERAL - Chama-se também véu de ombros. Manto retangular usado pelo sacerdote sobre os ombros, ao dar a bênção com o Santíssimo ou ao transportar o ostensório com o Santíssimo Sacramento.
DALMÁTICA - Veste própria do diácono. É colocada sobre a alva e a estola.

O VERMELHO - Simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usado: no Domingo
de Ramos
e da Paixão, na Sexta-Feira santa, no Domingo de Pentecostes, nas festas dos Apóstolos, dos Santos mártires e dos Evangelistas.
O VERDE - É a cor da esperança. Usa-se no Tempo Comum. (Quando no TC se celebra uma festa do Senhor ou dos santos, usa-se então a cor da festa).
O ROXO - Simboliza a penitência. Usa-se no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode-se também usar nos ofícios e missas pelos mortos. (Quanto ao Advento, está havendo uma tendência a se usar o violeta, em vez do roxo, para distinguí-lo da Quaresma, pois Advento é tempo de feliz expectativa e de esperança, num viver sóbrio, e não de penitência, como a Quaresma).
O PRETO - É símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos, mas nessas celebrações pode-se usar também o branco, dando-se então ênfase não à dor, mas à ressurreição.
O ROSA - Simboliza também a alegria. Pode ser usado no 3º Domingo do Advento, chamado "Gaudete" , e no 4º Domingo da Quaresma, chamado aqui "Laetare", ambos domingos da alegria.


POSIÇÕES CORPORAIS
Na liturgia toda a pessoa é chamada a participar. Assim, os gestos corporais são também vivamente litúrgicos. Assim, temos:
Estar em pé: é a posição do Cristo Ressuscitado, atitude de quem está pronto para obedecer, pronto para partir. Demonstra prontidão para por em prática os ensinamentos de Jesus.

Estar sentado: é a posição de escuta, de diálogo, de quem medita e reflete. Na liturgia, esta posição cabe principalmente ao se ouvir as leituras (salvo a leitura do Evangelho), na hora da homilia e quando a pessoa está concentrada, meditando.
Estar ajoelhado: é a posição de quem se põe em oração profunda, confiante.
Fazer genuflexão: faz-se dobrando o joelho direito até o solo. Significa adoração, pelo que é reservado ao Santíssimo Sacramento, quer exposto, quer guardado no sacrário. Não fazem genuflexão nem inclinação profunda aqueles que transportam os objetos que se usam nas celebrações, por exemplo, a cruz, os castiçais, o livro dos evangelhos.
Prostrar-se: significa estender-se no chão; expressa profundo sentimento de indignidade, humildade, e também de súplica. Gesto previsto na Sexta-feira santa, no início da celebração da Paixão. Também os que vão ser ordenados diáconos e presbíteros se prostram.
Inclinar o corpo: é uma atitude intermediária entre estar de pé e ajoelhar-se. Sinal de reverência e de honra que se presta às pessoas ou às imagens. Faz-se inclinação diante da cruz, no início e no fim da celebração; ao receber a bênção; quando, durante o ato litúrgico, há necessidade de passar diante do tabernáculo; antes e depois da incensação, e todas as vezes em que vier expressamente indicada nos diversos livros litúrgicos.
Erguer as mãos: é um gesto de súplica ou de oferta do coração a Deus. Geralmente se usa durante a recitação do Pai-nosso e nos cantos de louvor.
Bater no peito: é expressão de dor e arrependimento dos pecados. Este gesto ocorre na oração Confesso a Deus todo poderoso...

Silêncio: atitude indispensável nas celebrações litúrgicas. Indica respeito, atenção, meditação, desejo de ouvir e aprofundar a palavra de Deus. Na celebração eucarística, se prevê um instante de silêncio no ato penitencial e após o convite à oração inicial, após uma leitura ou após a homilia. Depois da comunhão, todos são convidados a observar o silêncio sagrado.


SÍMBOLOS LITÚRGICOS LIGADOS À NATUREZA
A ÁGUA - A água simboliza a vida (remete-nos sobretudo ao nosso batismo, onde renascemos para uma vida nova). Pode simbolizar também a morte (enquanto por ela morremos para o pecado).
O FOGO - O fogo ora queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na liturgia da Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos turíbulos. O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. Daí, sua forte expressão simbólica. É símbolo sobretudo da ação do Espírito Santo.
A LUZ - A luz brilha, em oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessária à vida, como a luz do sol. Ela mostra o caminho ao peregrino errante. A luz produz harmonia e projeta a paz. Como o fogo, pode multiplicar-se indefinidamente. Uma pequenina chama pode estender-se a um número infinito de chamas e destruir, assim, a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais expressivo do Cristo Vivo, como no Círio Pascal. A luz e, pois, a expressão mais viva da ressurreição.
O PÃO E O VINHO - Símbolos do alimento humano. Trigo moído e uva espremida, sinais do sacrifício da natureza, em favor dos homens. Elementos tomados por Cristo para significarem o seu próprio sacrifício redentor.

O INCENSO - Como se falou no número 33, com sua especificidade aromática. Sua fumaça simboliza, pois, a oração dos santos, que sobe a Deus, ora como louvor, ora como súplica.
O ÓLEO - Temos na liturgia os óleos dos Catecúmenos, do Crisma e dos Enfermos, usados liturgicamente nos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos. Nos três sacramentos, trata-se do gesto litúrgico da unção. Aqui vemos que o objeto - no caso, o óleo - além de ele próprio ser um símbolo, faz nascer uma ação, isto é, o gesto simbólico de ungir. Tal também acontece com a água: ela supõe e cria o banho lustral, de purificação, como nos ritos do Batismo e do "lavabo" (abluções), e do "asperges", este em sentido duplo: na missa, como rito penitencial, e na Vigília do Sábado Santo, como memória pascal de nosso Batismo. A esses gestos litúrgicos e tantos outros, podemos chamar de "símbolos rituais". A unção com o óleo atravessa toda a história do Antigo Testamento, na consagração de reis, profetas e sacerdotes, e culmina no Novo Testamento, com a unção misteriosa de Cristo, o verdadeiro Ungido de Deus. A palavra Cristo significa, pois, ungido. No caso, o Ungido, por excelência.
AS CINZAS - As cinzas, principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, são para nós sinal de penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa natureza mortal. Mas estas mesmas cinzas estão intimamente ligadas ao Mistério Pascal. Não nos esqueçamos de que elas são fruto das palmas do Domingo de Ramos do ano anterior, geralmente queimadas na Quaresma, para o rito quaresmal das cinzas.

Discurso do Santo Padre a mais de 22 000 Acólitos

Caros acólitos! Eu vos saúdo com afeição, caros jovens, e estou feliz por este nosso encontro... A vossa presença no altar não é só um dever mas uma grande honra, um serviço santo e autêntico. Gostaria de vos propor algumas reflexões a propósito deste serviço.


A veste do ministro do altar é uma veste particular. Lembra aquela veste que cada um recebe quando é acolhido por Jesus Cristo na comunidade. Refiro-me à veste batismal, de que S. Paulo esclarece a significação profunda: «Todos vós que fostes batizados em Cristo, estais revestidos de Cristo» (Gl 3, 27). Embora, caros ministros do altar, já não useis a veste batismal, envergastes a de acólitos. Sim, o batismo é o ponto de partida do vosso «autêntico serviço litúrgico», que vos coloca ao lado dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos (

O acólito é um servidor de Cristo
O acólito ocupa um lugar privilegiado nas celebrações litúrgicas. Aquele que serve a missa apresenta-se a uma comunidade. Faz de perto a experiência que, em todos os atos litúrgicos, Jesus está presente e age. Jesus está presente quando a comunidade se reúne para rezar e louvar a Deus. Jesus está presente na palavra das santas Escrituras. Jesus está presente sobretudo na Eucaristia, sob os sinais do pão e do vinho. Age por intermédio do presbítero que, in persona Christi (na pessoa de Cristo) celebra a santa missa e administra os sacramentos.
Assim vós sois muito mais que simples «ajudantes do padre». Vós sois sobretudo servidores de Jesus Cristo, do eterno e sumo Sacerdote. Desse modo, vós, servidores do altar, estais particularmente chamados a ser os jovens amigos de Jesus. Esforçai-vos por cultivar e aprofundar esta amizade com ele. Havereis de descobrir que encontrastes em Jesus um verdadeiro amigo para a vida.
O acólito é uma testemunha de Jesus em toda a parte

Frequentemente, o acólito tem nas mãos um círio. Como não pensar no que Jesus disse no Sermão da montanha: «Vós sois a luz do mundo» (Mt 5, 14). O vosso serviço não pode limitar-se ao interior de uma igreja. Deve irradiar na vida de todos os dias: na escola, na família e nos diversos ambientes sociais. Pois quem quer servir Cristo no interior de uma igreja, deve ser uma testemunha em toda a parte. Caros jovens! Os nossos contemporâneos esperam a «verdadeira luz do mundo» (cf. Jo. 1, 9). Não retenhais a vossa luz somente no interior da igreja, mas levai a chama do Evangelho a todos os que permanecem nas trevas e vivem um momento difícil da sua existência.
O acólito e a descoberta da vocação

Falei da amizade com Jesus. Como me sentiria feliz se, desta amizade, nascesse algo mais! Como seria belo se alguns de vós pudessem descobrir a vocação para o sacerdócio! Jesus Cristo tem necessidade urgente de jovens que se coloquem à sua disposição com generosidade e sem reservas. Além disso, não poderá o Senhor chamar também uma ou outra de entre vós, raparigas, para abraçar a vida consagrada a fim de servir a Igreja e os nossos irmãos? Mesmo para os que desejarão unir-se no matrimónio, o serviço do acólito ensina que uma união autêntica deve incluir sempre a disponibilidade para o serviço recíproco e gratuito»...
João Paulo II

Domingo de Ramos


Domingo de Ramos, com hosanas, saudações e louvores, prefigura a vitória de
Cristo sobre a  morte e o pecado. É o portal de entrada para a Paixão
de Cristo: a Semana Santa  inicia-se com ele. Que lições ele nos traz?
Que frutos e graças dele podemos tirar?



O Domingo de Ramos é a comemoração litúrgica que recorda a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém onde Ele iria celebrar a Páscoa judaica com seus discípulos.
Ele é o portal de entrada da Semana Santa. É no Domingo de Ramos que se inicia a Semana da Paixão. É o dia em que a Igreja lembra a história e a cronologia desses acontecimentos para dele tirarmos uma lição.
Um Rei entra na cidade montando um jumento

Já desde a entrada da cidade, os filhos dos hebreus portavam ramos de oliveiras e alegres acenavam com eles, estendiam mantos no chão para Jesus passar sobre eles. Jesus entrou na cidade como Rei!
Até parece que era um desejo d'Ele que fosse assim, pois, a cena em que tudo transcorre reproduz a profecia de Zacarias: o rei dos judeus virá. Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta.(Zc 9,9)
Embora Jesus montasse um simples jumento, o cortejo caminhava, alegre e digno. Na expectativa de estar ali o Messias prometido, Jerusalém transformou-se, era uma cidade em clima de festa.
E Ele era aplaudido, aclamado pelo povo: "Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas". Isto aconteceu alguns dias antes de que Jesus fosse condenado à morte, quando os ecos dos gritos de "hosana" já se misturavam ao clamor de insultos, ameaças e blasfêmias que o levariam a sua Paixão redentora.,
Que tipo de Messias queriam aqueles judeus?
Da entrada festiva como rei em Jerusalém até o deboche da flagelação, da coroação de espinhos e da inscrição na cruz (Jesus de Nazaré, rei dos Judeus), somos levados a perguntar: Que tipo de rei aquele povo queria? E que tipo de rei era Jesus? Nosso Senhor era aclamado pelo mesmo povo que o tinha visto alimentar multidões. Era aplaudido por aqueles que o viram curar cegos e aleijados e, ainda há pouco, tinham presenciado a ressurreição de Lázaro.
Impressionada com tudo isso aquela gente tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos Profetas. Mas, aquele povo era superficial e mundano, julgava que Jesus fosse um Messias político, um libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão. E nisso estavam equivocados, enganados: Ele não era um Rei deste mundo!
Seus corações apreciavam Jesus de modo incompleto
A entrada de Jesus em Jerusalém foi uma introdução para as dores e humilhações que logo Ele sofreria abundantemente: a mesma multidão que o homenageou movida por seus milagres, virou-lhe as costas e pediu sua morte.
No Domingo de Ramos fica patente como o povo apreciava Jesus de um modo incompleto. É verdade que O aclamaram, porém, Ele merecia aclamações incomensuravelmente superiores. Merecia uma adoração amorosa, bem diversa da que lhe foi dada!
No entanto, cheio de humildade, lá ia Nosso Senhor Jesus Cristo sentado num burrico, avançando em meio à multidão ruidosa, impulsionando todos ao amor de Deus.
Só uma pessoa O entendeu naquela hora
Em geral, as pinturas e gravuras apresentam Nosso Senhor olhando pesaroso e quase severo para a multidão. Para Ele, o interior das almas não oferecia segredo. Ele percebia a insuficiência e a precariedade daquela ovação.
Apenas uma pessoa percebia o que estava acontecendo com Jesus e sofria com Ele. E essa pessoa oferecia sua dor de alma como reparação de seu amor puríssimo a Nosso Senhor: era Nossa Senhora.
Mas, ...que requinte de glória para Nosso Senhor! Era o maior deles porque Nossa Senhora vale incomparavelmente mais do que toda a Criação. Naquelas circunstancias, Maria representava todas as almas piedosas que, meditando a Paixão de nosso Salvador, haveriam de ter compaixão e pena d'Ele. Almas que lamentariam não terem vivido naquele tempo para poderem, então, ter tomado posição ao lado de Jesus.
Domingo de Ramos em minha vida?
Existe um defeito que diminui a eficácia das meditações que fazemos. Este defeito consiste em meditar os fatos da vida de Nosso Senhor e não aplicá-los ao que sucede em nós ou em torno de nós.
Assim, por exemplo, a nós espanta a versatilidade e ingratidão dos judeus que assistiram a entrada de Jesus em Jerusalém. Nós os censuramos porque proclamaram com a mais solene recepção o reconhecimento da honra que se deveria ter ao Divino Salvador e, pouco depois, O crucificaram com um ódio tal que a muitos chega a parecer inexplicável.
Essa ingratidão, essa versatilidade para mudanças de opinião e atitudes não existiram apenadomingo de ramos.jpgs nos homens dos tempos de Nosso Senhor! A atitude das pessoas contemporâneas de Jesus, festejando sua entrada em Jerusalém e depois abandonando-O à mercê de seus algozes, assemelha-se a muitas atitudes que tomamos.
Muitas vezes louvamos a Cristo e nos enchemos de boas intenções para seguir os seus ensinamentos, porém, ao primeiro obstáculo, nos deixamos levar pelo desânimo, ou pelo egoísmo, ou pela falta de solidariedade e, mais uma vez, por esse desamor, alimentamos o sofrimento de Jesus.
Ainda hoje, no coração de quantos fiéis, tem Nosso Senhor que suportar essas alternativas, essas mudanças que balançam entre adorações e vitupérios, entre virtude e pecado? E estas atitudes contraditórias e defectivas não se passam apenas no interior de alma de cada homem, de modo discreto, no fundo das consciências: Em quantos países essas alternações se passam e Nosso Senhor tem sido sucessivamente glorificado e ultrajado, em curtos intervalos espaços de tempo?
Uma perda de tempo: não reparar as ofensas a Nosso Senhor
É pura perda de tempo nos horrorizarmos exclusivamente com a perfídia, fraude e traição daqueles que estavam presente na entrada de Jesus em Jerusalém.
Para nossa salvação será útil refletirmos também em nossas fraudes e defeitos. Com os olhos postos na bondade de Deus, poderemos conseguir a emenda e o perdão para nossas próprias perfídias. Existe uma grande analogia entre a atitude daqueles que crucificaram o Redentor e nossa situação quando caímos em pecado mortal.
Não é verdade que, muitas vezes, depois de termos glorificado a Nosso Senhor ardentemente, caímos em pecado e O crucificamos em nosso coração? O pecado é um ultraje feito a Deus. Quem peca expulsa Deus de seu coração, rompe as relações filiais entre criatura e Criador, repudia Sua graça.
E é certo que Nosso Senhor é muito ultrajado em nossos dias. Não pelo brilho de nossas virtudes, mas pela sinceridade de nossa humildade nós poderemos ter atitudes daquelas almas que reparam, junto ao trono de Deus, os ultrajes que a cada hora são praticados contra Ele. As lições do Domingo de Ramos nos convidam a isso. (JG)
Fontes:
Dom Eurico dos Santos Veloso - O significado do Domingo de Ramos - CNBB -29 de Março de 2010
Felipe Aquino - O significado do Domingo de Ramos - Vida Eclesial - 30/03/2007D.
Javier Echevarría - Domingo de Ramos: Jesus entra em Jerusalém
Plinio Corrêa de Oliveira - excertos


DOMINGO DE RAMOS